2022, recap

 Este ano foi marcado por vários eventos: o início da segunda fase da Guerra Russo-Ucraniana (cuja primeira fase começou em 2014 com a anexação da Crimeia e a implantação das "repúblicas populares" pró-russas nos oblasts ucranianos de Donetsk e Luhansk) a 24/2, o reforço do regime talibã no Afeganistão, a crise política do Irão após o homicídio da curdo-iraniana Jina Mahsa Amini pela polícia moral, a morte de Gorbachev, Isabel II, Pelé, Bento XVI, Vivienne Westwood, entre outras figuras; a continuação dos genocídios na Palestina (por parte do regime sionista cada vez mais fascista), no Curdistão (por parte do fascismo neo-otomano e da teocracia persa), no Sahara Ocidental (por parte de Marrocos), em Hazarajat (por parte dos talibãs pashtun), na Papua Ocidental (por parte do regime indonésio), no Iémen (por parte da teocracia absoluta saudita e dos Emirados absolutistas), em Tigray (por parte do regime protofascista da Eritreia e do etnocentrista Nobel da Paz™ etíope), em Artsakh (por parte dos regimes fascistas neo-otomano e azeri), na RD Congo (por parte de milícias tutsi apoiadas pelo Ruanda), na Amazónia (por parte do agronegócio euro-sul-americano e garimpeiros) e, por fim, a negação de auxílio a migrantes e refugiados por parte do Ocidente no Mediterrâneo e Golfo do México e a existência de campos de concentração em ditaduras por eles financiadas (no caso europeu, na Líbia e Turquia, no caso americano, na fronteira mexicano-guatemalteca e na fronteira EUA-México) e até deportação para países nada a ver (caso britânico para o Ruanda) enquanto hipocritamente criticam os massacres russos na Ucrânia ocupada, mais uma vez comprovando que os direitos humanos só importam selectivamente; a Argentina conseguiu o seu terceiro mundial no Catar, cuja organização foi marcada pela exploração até à morte de migrantes em condições de escravatura.

 A nível interno, a maioria absoluta do P"S" conseguida através da ameaça de Costa de que ou havia maioria absoluta ou os fachos voltavam ao poder (as eleições só ocorreram porque se recusaram a negociar com a esquerda, que votou contra, e bem, um OE insuficiente e neoliberal, e a aliança de 2021 para as presidenciais em que o P"S" apoiou informalmente o candidato da direita e incumbente MRS) porque Rui Rio (e posteriormente Montenegro) mostrou-se próximo aos fachos e contou com eles para subir ao poder nos Açores, ao lado do culto neoliberal, mas tal maioria absoluta tem tido crises internas constantes e sabotado praticamente todas as conquistas de Abril; a ascensão dos neoliberais e fascistas à conta do PSD e, principalmente, do CDS-PP, que saiu do Parlamento como o único partido ecologista português (PEV), o retorno do Livre via Supremo Líder, e a diminuição do PAN (vítima da crise interna), do BE e do PCP (via transferência de votos para o P"S"). Para além disto, fomos assolados pela seca extrema e continua-se a ignorar a urgência de construir centrais de dessalinização, incêndios, e cheias repentinas; S. Jorge, nos Açores, teve um mês de actividade sísmica intensa, temendo-se uma erupção vulcânica que felizmente não aconteceu; o país (como grande parte do mundo) está vítima da inflação oportunista do capital, aproveitando o caos logístico da pandemia e a guerra russo-ucraniana para disparar os preços, os salários estão a perder valor real e as medidas governamentais limitam-se a mandar uma só prestação diminuta, financiar os especuladores para não aumentarem muito ao baixar determinados impostos, aumento dos juros dos empréstimos (enquanto os juros dos depósitos continuam congelados) e fé cega de que o "mercado resolve"; por fim, o PR continua a violar a laicidade do Estado, ao alertar elementos da ICAR de que estavam a ser investigados por abusos/encobrimento dos mesmos e a menosprezar a quantidade de abusos de menores.

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